Dilma diz que redução de 18% na conta de luz começa nesta quinta
- Dilma diz que redução de 18% na conta de luz começa nesta quinta 24. (Foto: Divulgação)
Em
pronunciamento em rede nacional, no rádio e na televisão, a presidente
Dilma Rousseff anunciou na noite desta quarta-feira (23) que decidiu
ampliar a redução das contas de luz e também antecipar o início do
desconto.
Segundo
afirmou a presidente, a partir desta quinta as contas residenciais
ficarão 18% mais baratas, ao contrário dos 16,2% anunciados
inicialmente. No caso da indústria, agricultura, comércio e serviços, a
redução será de até 32%. A promessa inicial era reduzir as tarifas a
partir do dia 5 de fevereiro.
“Acabo de
assinar o ato que coloca em vigor a partir de amanhã uma forte redução
na conta de luz de todos os brasileiros. Além de estarmos antecipando a
entrada em vigor das novas tarifas, estamos dando um índice de redução
maior que o previsto e já anunciado”, afirmou Dilma no pronunciamento.
O anúncio
serviu também para a presidente responder a críticas feitas à política
econômica de seu governo e assegurar que não haverá racionamento de
energia no Brasil.
A
presidente não explicou, contudo, quanto será necessário desembolsar dos
cofres públicos para bancar a redução. Nem a Aneel nem o Tesouro
Nacional explicaram qual será o impacto dessa bondade adicional. A
previsão inicial, para os percentuais antigos, era de que fossem
aplicados R$ 3,3 bilhões do caixa federal.
“AJUSTE TÉCNICO”‘
Em meados
de 2012, havia uma proposta no Ministério da Fazenda que previa um
desconto para a indústria de até 30%, mas esse cálculo acabou sendo
descartado à época por conta do aperto fiscal.
Nesta
quarta, porém, outra explicação era dada na Esplanada: a de que o novo
percentual deriva, na verdade, de um erro na conta, resolvido agora por
um “ajuste técnico”.
Além do
efeito político, o objetivo do governo ao cortar a tarifa de luz é
melhorar a competitividade da indústria brasileira e acelerar o
crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em um ano pós expansão
medíocre.
“Além de
garantir a redução estamos ampliando seu alcance e antecipando sua
vigência. Isso significa menos despesas para cada um de vocês e para
toda economia do país. Vamos reduzir os custos do setor produtivo e isso
significa mais investimento, mais produção e mais emprego. Todos, sem
exceção, vão sair ganhando”, disse a presidente.
No último
dia 14, Dilma Rousseff sancionou a lei autorizando a renovação dos
contratos de geração de energia que estavam por vencer para as
companhias que aceitassem reduzir suas tarifas.
A medida
partiu da avaliação de que muitas empresas já haviam amortizado seus
investimentos, mas ainda cobravam uma conta mais cara. A redução das
tarifas vem, portanto, desse conjunto de renovações mais “baratas” e da
redução e eliminação de encargos federais nas tarifas.
Durante o
pronunciamento, Dilma garantiu que os consumidores das concessionárias
que não aderiram ao plano do governo também pagarão menos. Elétricas de
Estados comandados pelo PSDB –São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás –
ficaram de fora do programa de prorrogação de concessão em troca de
redução das tarifas.
O PSDB
acusou a presidente de quebrar contratos e intervir no setor. Já o
governo reagiu alegando que o partido adversário preferiu defender os
interesses de algumas geradoras no lugar de privilegiar o consumidor.
Para
garantir uma redução média superior a 20% em todo o país, como
prometido, Dilma prometeu bancar sozinha a diferença com recursos do
Tesouro Nacional.
“Aproveito
para esclarecer que o cidadãos atendidos pelas concessionárias que não
aderiram ao nosso esforço terão ainda assim a conta de luz reduzida como
todos os brasileiros. Espero que em breve até mesmo aqueles que foram
contrários à redução da tarifa venham a concordar com o que estou
dizendo”, afirmou a presidente.
CRÍTICAS
Além de
garantir que não vai ter racionamento de energia, Dilma também
aproveitou o pronunciamento para atacar opositores e responder críticas,
em especial às em relação a sua política econômica.
“Brasil
tem e terá energia mais que suficiente para o presente, para o futuro,
sem nenhum risco de racionamento ou de qualquer tipo de estrangulamento
no curto, médio ou no longo prazo”, disse a presidente.
Para
Dilma, a situação é segura e, além de reduzir as contas de luz, o país
vai praticamente dobrar sua produção de energia em 15 anos. A presidente
explicou ainda que térmicas são sempre acionadas quando os
reservatórios das hidrelétricas apresentam baixos níveis.
“Não há
maiores riscos ou inquietações. Surpreende que desde o mês passado
algumas pessoas por precipitação, desinformação, ou algum outro motivo,
tenham feito previsões sem fundamento, quando os níveis dos
reservatórios baixaram e as térmicas foram normalmente acionadas. Como
era de se esperar essas previsões fracassaram”, afirmou Dilma.
A presidente disse que os críticos “erraram feio” e que os “do contra estão ficando para trás”.
Dilma
respondeu aos críticos que, segundo ela, não acreditavam na redução da
conta de luz, na queda dos juros e na redistribuição de renda. “O Brasil
está cada vez maior e imune a ser atingindo por previsões alarmistas.
Os últimos anos o time vencedor tem sido dos que têm fé e apostam no
Brasil. Por temos vencido o pessimismo e os pessimistas, estamos vivendo
um dos melhores momentos da nossa história”, disse a presidente.
Ela
finalizou o pronunciamento desta quarta dizendo que “somente
construiremos um Brasil com a grandeza dos nossos sonhos quando
colocarmos a nossa fé no Brasil acima dos nossos interesses políticos ou
pessoais”.
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