Hospitais terão vacina contra vício de cocaína em até 3 anos, prevê médico
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Cocaína apreendida (Foto: Claudio Oliveira/EPTV) |
Uma vacina contra o vício em cocaína deve estar pronta para ser usada em hospitais em até três anos, disse em entrevista ao G1 um
dos principais pesquisadores do projeto para desenvolver o produto nos
Estados Unidos, o professor de psiquiatria da Universidade Baylor de
Medicina, Thomas Kosten.
O tratamento tem função terapêutica e
não "previne" o vício, mas fortalece o sistema imunológico do dependente
e ajuda a combater o uso da droga, segundo o médico. "Ela [a vacina]
ajuda a produzir anticorpos específicos contra a cocaína", ressalta.
O princípio da vacina é o de vincular
uma quantidade bem pequena da droga a uma proteína inofensiva. A
substância resultante da combinação, ao ser injetada no organismo do
viciado, faz com que seu sistema imunológico produza anticorpos contra a
cocaína e a proteína, ressalta Kosten.
"Estes anticorpos 'seguram' a cocaína no
sangue e evitam que ela chegue ao cérebro, prevenindo efeitos da droga,
como euforia", afirmou o médico.
Os testes, até agora, indicaram que 40%
dos vacinados tiveram redução no uso da cocaína. Após receber as
aprovações necessárias do governo dos EUA, a vacina deve estar
disponível também em farmácias, diz Kosten.
Contra o crack
A vacina também vai servir contra o vício em crack. O tratamento exige cinco rodadas de injeções ao longo de 12 semanas, para que sejam produzidos anticorpos em nível adequado. Após isso, é necessária uma nova aplicação a cada três meses, para fortalecer o sistema imunológico do dependente.
A vacina também vai servir contra o vício em crack. O tratamento exige cinco rodadas de injeções ao longo de 12 semanas, para que sejam produzidos anticorpos em nível adequado. Após isso, é necessária uma nova aplicação a cada três meses, para fortalecer o sistema imunológico do dependente.
"Não há, até agora, efeitos colaterais
ou riscos significativos observados", diz Kosten. Ele ressalta que a
vacina pode, em teoria, ser usada por mulheres grávidas, "mas não há
planos de testar neste segmento da população".
Recaídas
A injeção pode servir para evitar recaídas em viciados sob tratamento, entre outras funções, afirma o médico. "Um novo estudo nacional para medir a eficácia da vacina acabou de ser finalizado, e os resultados devem ser liberados na primavera de 2013 [entre março e abril, segundo as estações do ano nos EUA]."
A injeção pode servir para evitar recaídas em viciados sob tratamento, entre outras funções, afirma o médico. "Um novo estudo nacional para medir a eficácia da vacina acabou de ser finalizado, e os resultados devem ser liberados na primavera de 2013 [entre março e abril, segundo as estações do ano nos EUA]."
A vacina é um "bloqueador", então seu
uso deve evitar overdoses de cocaína, ressalta Kosten. Além das
injeções, ele aponta que é importante que os viciados passem por terapia
com psicólogos e tratamentos auxiliares, para se recuperar totalmente.
"É preciso pelo menos mais um teste
clínico antes que o tratamento possa ser analisado pela FDA [agência de
controle de medicamentos dos EUA], para distribuição no país", pondera o
médico.
Outras injeções
Kosten diz estar pesquisando injeções para tratar outros tipos de vício em drogas. Entre as substâncias cujo vício pode ser combatido estão a morfina e a metanfetamina. "As vacinas estão sendo testadas em animais. No caso da metanfetamina, talvez em dois anos nós consigamos testar em humanos", diz o médico.
Kosten diz estar pesquisando injeções para tratar outros tipos de vício em drogas. Entre as substâncias cujo vício pode ser combatido estão a morfina e a metanfetamina. "As vacinas estão sendo testadas em animais. No caso da metanfetamina, talvez em dois anos nós consigamos testar em humanos", diz o médico.
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